Há pouco mais de dois anos, quando ouvimos falar pela primeira vez do aplicativo Uber, não demos a devida importância de quanto nos afetaria, pois parecia algo distante da nossa realidade. E naquele momento, os principais atritos aconteciam em outros países.
Mas, principalmente, a sociedade foi ludibriada com uma promessa que efetivamente não era real. Entrarão no Brasil com um discurso politicamente correto: o de ser um aplicativo de carona. Trataram-nos como tolos que acreditam em tudo. Personalidades do meio alternativo e a própria imprensa, mal informados sobre o que era de fato o aplicativo, valorizavam a empresa e influenciava a sociedade a acreditar que era uma atitude vanguardista, que incentivava as pessoas a darem carona. Ao acreditar que o aplicativo tinha como objetivo de conectar pessoas, por meio de uma suposta ação social – carona – a sociedade achou lindo e defendeu que a tecnologia está aí para servir o homem.
Ao longo desses dois anos o aplicativo tem mostrado sua “verdadeira face” e comprova que que de fato, apesar do discurso de ser um sistema altruísta, o Uber nada mais é de que uma plataforma que conecta passageiro a um carro executivo com um motorista excepcional.
E quando finalmente a sociedade se deu conta de que é uma empresa, com o objetivo de ter um alto lucro, com pouquíssimos custo e comprometimento com os trabalhadores, a Uber mudou seu discurso. Agora se apresentam como uma nova modalidade, o transporte remunerado privado. E mais, convenceu a imprensa que tem um importante papel social, pois estava dando a oportunidade de trabalho para desempregados.
Nesse conflito de identidade da empresa surgiu um importante personagem, um inocente útil – não tão inocente por ser conivente – o parceiro Uber. E agora, esse tal parceiro resolveu se revoltar contra o criador. Mas fica a pergunta: se todos são ilegais, aplicativo e motoristas, quem pode reclamar e na porta de quem?
Carlos Laia
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Motorista do Uber é morto a tiros em SP; grupo protesta e decide parar
São Paulo – Um motorista do Uber foi assassinado a tiros na região do Sacomã, na zona sul da capital paulista, na noite desta quinta-feira, 22. A Polícia Civil investiga os autores do crime.Osvaldo Luís Modulo Filho, de 51 anos, morreu após ser baleado na Rua Antônio de Lotufo, no Sacomã, por volta das 22 horas. A vítima chegou a ser socorrida ao pronto-socorro do Hospital Heliópolis, também na zona sul, mas não resistiu aos ferimentos.
Aos policiais, testemunhas afirmaram que viram um veículo preto chegar ao local, balear o motorista do Uber e depois retirar o corpo dele do carro. O veículo foi encontrado na mesma rua, após bater contra uma árvore e o portão de uma casa.
À tarde, cerca de 500 motoristas do aplicativo fizeram um protesto em frente ao Estádio do Pacaembu, na zona oeste, exigindo mais segurança. De lá, eles seguiram em comboio até a sede do Uber, na Barra Funda. Uma das exigências é que a empresa suspenda o pagamento em dinheiro e aceite apenas os cartões de crédito.
Em represália à empresa, os motoristas decidiram que 30% da frota não vai ligar o aplicativo até zero hora deste sábado, 24.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como homicídio simples e roubo no 26º Distrito Policial (Sacomã), mas será investigado pelo 95º DP (Heliópolis).
Os investigadores vão tentar chegar ao assassino por meio de informações dos últimos passageiros que utilizaram o aplicativo e as rotas realizadas pelo motorista.
Em nota, o Uber lamentou o crime. “Nossos sentimentos de mais profundo pesar vão para a família de Osvaldo”, afirma a empresa. “A Uber vai colaborar com as autoridades nas investigações para levar quem cometeu este crime à Justiça.”
Fonte: Bol Notícias